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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Cada instante é precioso


Comecei este poema
Sem grande inspiração
Qual sera o thema
Eis uma boa questão

Começo por rabiscar
Umas palavras sem jeito
O essencial é começar
E que fique a preceito

Pense sorria sonhe imagine
A vida é feita de mil cores
Cada dia que passa aprecie
Os muitos deliciosos sabores

Cada instante é precioso 
Desfrute-o sem moderação
Faça gym não seja  ocioso
È Uma boa e pura distração !!

Em todos os cantos e além-mar,
Excitando a vida do ser humano,
Quão bom e paz aflorasse no ar!
Absorvendo de ternura seu quotidiano...


By J.Roque

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Caparica tão aprazivél és!

Caparica tão aprazivél és!
Praias formosas sem fim
Areia é fina de  lés-a-lés  
 E ondas suaves como cetim

Ferias um verdadeiro extase
Nem tempo p'ra tudo visitar
Foram momentos de deleite
Que dão vontade de voltar

Nas fortes cristas das ondas
Balsam surfistas exultantes
Com pericias sincronizadas
Exibição de todos instantes

Fonte da Telha e Caparica
Cheias de beleza e formosura
A mata dos medos é magica
Oferece momentos de doçura

By J.Roque

sábado, 22 de março de 2014

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CARTAS DE AMOR


Todas as cartas de amor
são ridículas.

Não seriam cartas de amor
se não fossem ridículas.

Também escrevi, no meu tempo,
cartas de amor como as outras,
ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
têm de ser ridículas .

Quem me dera o tempo,
em que eu escrevia
sem dar por isso, cartas de amor ,
ridículas.

Afinal,só as criaturas
que nunca escreveram Cartas de amor
É que são ridículas...

Fernando Pessoa



quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

SEM PALAVRAS



Quando eu tinha o teu amor
Não me sentia à vontade
Para dizer quanto te queria.
Mas não podia supor
Que, por guardar a verdade
Tu julgasses que eu mentia.


Podia continuar mudo
Que as palavras não são tudo
Mais importa o que é vivido,
Mas digo-te cá do fundo
Que ainda dava a volta ao mundo
Na roda do teu vestido.

Quando estiveste ao meu lado,
Faltou-te da minha boca
Uma jura de paixão
E, ao veres-me assim tão calado
Cismaste até ficar louca,
Numa história de traição.

Agora, que já te entendo,
Confesso que me arrependo
Do meu coração tão fraco
E digo sem hesitar:
Gostava mais de cantar
Com as bandas do teu casaco.



 Maria do Rosário Pedreira

domingo, 8 de dezembro de 2013

Soneto do Maior Amor

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da vida eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

Vinicius de Moraes


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Como pálpebras roxas que tombassem



 
Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosas,
A noite desce… Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristíssimos fechassem!

Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que desce me enterrassem!

A noite em sombra e fumo se desfaz…
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!

E a noite vai descendo, muda e calma…
Meu doce Amor, tu beijas a minh’alma
Beijando nesta hora a minha boca!

Florbela Espanca,





Assim



sábado, 23 de novembro de 2013

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Estrela

 
  
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância
Para minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alta luzia?

E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do dia


(Manuel Bandeira)